sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Noite 9 - "Um conto de Sonhos e Pesadelos" em Another World


 Voltando a ativa no blog após um longo período parado graças ao carnaval D: Por sinal devo dizer que nem gosto de carnaval... Nem mesmo um pouquinho... Mas decidi viajar para reencontrar minha família que já não via há tempos. o/~ Mas deixando as festas e feriados de lado por enquanto, volto com um post diferente, esta é minha Background (espécie de uma história do personagem) criada por mim para participar do RPG de um amigo. ^^ Decidi postar pelo fato de ter gostado muito dela e como está bem grande já podem prever um post daqueles. ^^’ Por favor, peço que não me destrua ao deparar-se com algum erro (terão muitos provavelmente ùú) pois não sou um escritor muito bom, mas procuro sempre melhorar! X3

 O RPG de mesa que irei jogar desta vez chama-se Another World (outro mundo) e foi criado e será metrado por Frozen Noise, um amigo meu que apesar de ainda não ter jogado, conheço bem o seu método de jogo devido a seu último RPG Mahora e sei que fará um bom trabalho com este novo projeto. Gostaria muito de passar-lhes detalhadamente informações sobre o universo e história do RPG, mas infelizmente me ponho no lugar dele e penso que não gostaria de ter minha obra divulgada na internet sem o meu consentimento, então peço desculpas e tentarei passar a idéia de como o RPG funcionará. Talvez mais a frente se o dono me permitir eu darei mais informações a vocês ok? ^^
 O jogo irá se passar num universo ficcional, num mundo nomeado Another World, onde a tecnologia comanda altamente avançada e ao mesmo tempo em que nos deparamos com soldados carregando armas de fogo, temos também guerras envolvendo armas brancas e sábios com conhecimentos aprofundados na área da magia (ou magos se preferir ^^’). O universo do RPG fora grande parte baseado nas séries Final Fantasy, sendo o criador grande fã da mesma.


  O meu personagem fora criado baseado em Fai do manga e anime do grupo CLAMP, Tsubasa Chronicles por ser um de meus personagens favoritos e por ser um mago, tipo de personagem do qual nunca tive nenhuma afinidade, mas que gostaria de provar... Imagino meu personagem quase inteiramente (para não falar totalmente ^^’) parecido com Fai.

 O outro personagem que usei como base para o meu fora lyserg do anime e manga Shaman King, que apesar de achá-lo estilizo, não gosto dele (não gosto de personagens indecisos). Decidi usá-lo como base pelo fato de ser um detetive, gostaria que meu personagem fosse uma mescla entre mago e detetive. ^^ Estou pensando talvez em desenhar meu personagem, se fizer-lo postarei! =D A seguir, a Background.


 Um conto de Sonhos e Pesadelos...

 Minhas saudações a vocês. Sintam-se a vontade para me chamarem como quiserem... Contar-lhes-ei uma história agora...
 Uma história sobre uma existência seca que vivia em seu mundo de sonhos... Um ser que finalmente acordara para encarar sua verdadeira realidade, o seu maior pesadelo...

Londres, Inglaterra 1974

 Eu morava em Londres na década de 70, vivia em um uma enorme mansão de quatro andares com diversos empregados... Uma típica família nobre, nada de especial. Devido aos nossos recursos, nunca precisei ir à escola, sempre recebi professores particulares em minha casa. Sempre fui muito atarefado, com aulas que me tomavam a maior parte de meu tempo. Aprendia de diversas coisas diferentes, tais como as matérias tradicionais exigidas, mas também a dança, vários instrumentos musicais e até esportes... Isto tudo desde muito pequeno, sempre fui muito cobrado neste quesito e como sempre fui um aluno muito aplicado, daqueles que pegava as coisas rapidamente, sempre fui chamado de garoto “gênio”, aquele que “herdará as habilidades e talento de seus pais”, como os demais nobres referiam-se a mim.
 Meus pais eram detetives muito famosos e importantes na época, famosos por serem o casal que resolve de tudo, até daqueles casos chamados de “impossíveis”, talvez os melhores do ramo. Meu pai chamava-se Fiori D. Flourite, e minha mãe Júri D. Flourite. Meu nome era Chrno D. Flourite, e eu era um daqueles que tudo tinha.
 Na época, nunca havia me apegado demais a alguém, nem mesmo meus pais cumpriam este papel com perfeição a meu ponto de vista. A pessoa em que possuía mais apego fora meus pais, era uma garota nobre, uma amiga de infância para ser mais claro. Seu nome era Stella, a garota na qual tinha uma queda... Fora estas pessoas, havia aprendido que a maioria deles aproximavam-se de nós apenas por interesse pessoal, status e recursos... Sempre tive isto em mente.
 Aos meus 10 anos, iniciei meu treinamento e estudos para me tornar um detetive, mais para honrar o nome de meus pais, pois nunca havia adotado algo como uma meta de vida ou até mesmo um sonho, meu caminho sempre fora traçado por meus pais e disso eu nunca havia retrucado.
 Em meus 15 anos, me aconteceu algo que chamariam de destino, pena que nunca havia acreditado neste tipo de coisa. Num certo dia, estava voltando de um espetáculo de teatro com Stella. Estávamos conversando e sorrindo graças ao espetáculo que era ótimo, um de nossos preferidos por sinal. Tudo ia bem até deparar-me com o rosto de Stella espantando- se repentinamente...
  - Chrno! – Stella gritou apontando para um amontoado de fumaça que coloria o céu de preto. Mal havia conseguido bolar uma reação quando Stella saiu disparada em direção ao local de onde a fumaça aparentava vir.
 Persegui-a o mais rápido que pude, mas ao virar a esquina, deparei-me com a cena mais inesperada que uma pessoa como eu poderia se deparar nem se tivesse todo o tempo do mundo, meu lar estava queimando em brasas. As ultimas coisas de que me lembro antes de desmaiar eram de muitas pessoas gritando, bombeiros em todos os cantos lutando contra o fogo... Lembro-me também de Stella me abraçando e seus pais chegando...
 Aquela noite marcara o início de meu sonho, aquele que me atormentaria por um longo tempo. No sonho, eu me encontrava em uma sala não muito grande, com janelas cobertas todas por cortinas brancas, um grande lustre moderno e muitas bonecas em todos os cantos que se pudesse olhar. Na sala só havia eu e uma garota da qual não me lembrava já ter visto alguma vez na minha vida. A garota media cerca de 1,70m de altura, cabelos extremamente grisalhos, vestidos brancos com muitos babados, e as características que mais me marcaram naquela noite, seus olhos profundos e inexpressivos. A garota me encarava no sonho o tempo todo e então dizia:
 - Não deve fazer isso garoto. O que seus pais pensariam de você?
 Quando tentei responder a estranha garota, não consegui falar, sentia como se algo estivesse apertando minha garganta com extrema força. Então tudo começava a escurecer de repente e pude ver a garota sorrindo antes de apagar, do qual sempre que me lembro tenho arrepios...
 Quando acordei após o desmaio, me dei conta que estava na casa dos Rosenwille, a família de Stella. Estava deitado na cama de seu quarto, reconheci-o imediatamente, pois sempre brincávamos neste quando menores, jamais poderia esquecê-lo. Ela se encontrava ao meu lado, de pé.
- Mamãe! Papai! Chrno finalmente acordou! – Gritou Stella surpresa ao ver-me abrir os olhos. Seus pais vieram rapidamente ao ouvirem também.
- Não esperava que fosse acordar agora Chrno... – Disse a mesma para mim.
- Por quanto tempo eu durmi? – perguntei sonolento.
- Por dois dias. – Surpreendi-me com o tempo em que ficara dormindo, fora um Record em minha vida!
 Tentei me levantar, mas eles me obrigaram a continuar deitado e descansar mais. Não insisti, pois não sei se fora graças ao sonho, mas ainda estava exausto, mesmo após dormir dois dias seguidos. Quando finalmente senti-me melhor eles me contaram o que houve aquele dia. Que a causa do fogo não aparentava ser nada mais do que um acidente, mas que ainda procuravam pistas de um possível ataque. Disseram também que ninguém exceto eu havia sobrevivido, e isso incluía meus pais, disseram que seus corpos não foram identificados, mas que os mesmos não se pronunciaram e não havia indícios de estarem fora ou em algum caso...
 No momento, entrara em choque, mas sabe o que mais? Recuperei-me até que bem rápido, tinha botado na cabeça que deveria encarar aquilo, era a realidade e pronto.
 De aquele dia em diante, passei a morar com os Rosenwille, por serem antigos amigos importantes, as pessoas mais próximas de mim. Eles me estenderam os braços, devido ao fato de que não possuía parentes próximos. A tragédia dos Flourite fora dada após alguns meses de pesquisa, como um mero acidente com fogo...
 Continuei em me especializar na profissão de detetive sem parar, ainda não fazia aquilo por amor à profissão, mas sentia que era o mínimo que poderia fazer por meus pais.
 Alguns anos depois, quando estava já com 17 anos, eu havia começado um relacionamento firme com Stella. Sua família apoiava o nosso namoro, e esperavam que nos casássemos. Eu gostava de Stella desde pequeno, então achava que era o “correto” a uma pessoa para se fazer, namorar e depois casar-se com sua amada. Acreditei fortemente nisso e dei o meu melhor dentro do possível. Ah, quase ia me esquecendo do importante... Os sonhos iguais aos daquela noite do incêndio, não haviam parado... Continuava a ter-los, mas agora eram em todas as noites.
 Aos 18 anos, já havia iniciado como um detetive há algum tempo, e vinha tendo muitas positividades nisso... Nessa época, já fazia cinco anos em que pesquisava sobre os incidentes com meus pais... Pois nunca havia tido confirmação de que seus corpos estavam na mansão, só que estavam “misturados aos destroços”, e sobre a história do incêndio ter sido causado por um “acidente”... Nunca havia engolido aquilo, logo havia deduzido na época de que se fosse um mero “acidente”, não manteriam um caso de pesquisas sobre a tragédia por mais de seis meses. De que não conseguiram resolver o caso e nem provar os corpos, por isso desistiram e o deram como “acidente”... Nos últimos anos em que estive com os Rosenwille, sempre procurava pistas, qualquer ajuda que me ajudasse a desvendar aquilo que pensava ser um grande quebra cabeça. Fui até a minha antiga mansão acabada várias vezes até ser demolida, nunca havia encontrado nada... Meus sonhos ainda não haviam cedido...
 No dia seguinte ao meu aniversário de 19 anos, a mãe de Stella, Sra. Rosenwille havia me pedido para que a acompanhasse na carruagem até o templo norte, para que a ajudasse com alguns pesos, dissera que gostaria que fosse ao invés dos servos, pois havia tempo também em que não conversávamos livremente, então não pude recusar. Lá era um lugar extremamente calmo e quieto. Num momento comum e a sós, ela parou e encarou-me de repente, então após alguns segundos, dissera-me séria:
- Chrno... De tempos para cá venho observando esse seu interesse naquele incidente com a mansão... Por favor... Desista... Você pensa e se esforça demais sobre isso, irá acabar lhe fazendo mal! Seus pais apenas foram vítimas de um acidente... – Disse a senhora muito séria para mim, mas logicamente era preciso mais que uma senhorita para tirar isto de minha cabeça.
Á início me surpreendi com seu assunto repentino, mas logo respondi.
 - Me desculpe minha senhora – respondi sorrindo – Mas não posso realizar seu desejo... Sei que não fora um acidente apenas, nunca desistirei, confiava e conhecia-os o suficiente para dizer que não seriam tão bobos a ponto de morrerem de um jeito tão estúpido. Aposto que até a senhora sabe disto, pois conhecia meus pais muito bem, não fugirei agora.
 A senhora espantou-se, mas alguns segundos depois começar a sorriu carinhosamente e então me dissera calmamente.
 - Sim... Eu sei que não fora um acidente. Sei que é muito repentino... E que não deve estar entendendo nada, mas... Estou muito orgulhosa de você e... Creio que a hora finalmente tenha chegado... – Tirara então de seu bolso um livro grosso com cadeado, parecido com um típico diário, mas mais bonito e enfeitado – Sua mãe, na semana do incêndio, havia me pedido para que se algo acontecesse com ela e seu pai, na verdade havia me feito jurar que lhe protegeria... Mas que também... O daria... Isto. – estendeu sua mão com o livro em minha direção.
 Surpreendi-me muito com sua ultimas palavras, mas não tive vontade de chorar, por mais forte que fosse a notícia... Peguei o livro rapidamente de sua mão.
 - Este era seu diário – ela disse – Sua mãe me fez jurar que o daria a você quando ficasse mais velho e se houvesse se transformado num homem forte... Disse que saberia a hora certa... Desculpe-me por guardar este segredo de você todo este tempo...
Pularei o resto após isto pelo fato de não ter muita importância... Então, logo voltamos para casa.
 Agora estava mais certo que nunca de que não fora uma simples “morte acidental”, minha mãe havia “previsto” sua morte? Uma dívida? O que seria? Comecei então a ler o diário, mas nada era encontrado a inicio... Meus sonhos também continuavam, mas maiores, a garota agora repetia as mesmas palavras várias e várias vezes...
 Passava noites em claro pesquisando, pois achava que o diário era a chave que me faltava para desvendar o caso. Em uma noite qualquer, após muita pesquisa, de ter lido e re-lido várias vezes o diário com Stella, descobrimos finalmente que faltava no mesmo uma página que fora arrancada, seu suposto “começo”, a primeira. Em sua primeira página presente no diário, minha mãe citava e falava sobre, em primeiro lugar, um livro do qual adorava muito, um conto de Anne Rice, Vampiros e Bruxas. Este livro era citado o tempo todo por minha mãe em seu diário, dizia ser seu preferido... Parecia apaixonada com o tal livro.
 Se descobrisse algo, prometi que o contaria tudo para a Sra. Rosenwille, que me ajudara bastante e mostrara-se muito interessada na verdade, assim como eu. Mas fora numa dessas conversas com a senhora em que, sem pensar, comentei sobre o tal livro que minha mãe adorava e que tanto citava. Descobri que a Sra. Rosenwille havia recebido este livro de presente de minha mãe através de uma de suas serventes tempos atrás, mas que nunca o havia lido, pois o mesmo possuía uma fechadura. Disse que o livro estava parado, pois não teve tempo de questionar minha mãe sobre a fechadura, mas que o guardava em forma de uma lembrança.
 O livro fora entregue em minha mão, e não demorara nada para tentar usar a chave do diário de minha mãe para tentar abrir o cadeado, funcionou perfeitamente como esperava. No momento em que abri o livro, nem tive tempo de ler sua primeira frase quando algo havia caído... De fato era a página de um diário, e eu a havia encontrado naquela tarde.
 Nada ali a início parecia muito diferente de uma página de diário comum, mas então porque estaria escondida? Era óbvio que ainda procuraria muito, mas, fora então que li algo muito estranho e sem nexo... E neste meu nome era citado. ___  Nesta parte meu nome era citado e citou que estava super animada para ir ao tal “Outro Mundo”, e sobre uma tal “magia ancestral”. Não havia entendido de forma alguma o que quis dizer e me surpreendi muito ao ler aquelas coisas, nunca imaginara algo como “magia” saindo da mente de minha mãe...

“Estou tão desanimada... Fiori me disse para não me preocupar, mas... Justo quando tudo caminhava tão bem... Será que Chrno ficará bem sem Fiori para encaminhá-lo? Está na hora de Ann ajudar-nos com os preparativos da magia ancestral... Está quase na hora de voltarmos para o outro mundo. Foi bom enquanto durou”


  Meus olhos quase haviam saltado para fora do rosto no momento em que li aquilo... Mil perguntas surgiram em minha mente num piscar de olhos... Era fato de que minha mãe sabia que iriam “morrer”, ou deveria dizer “iriam partir”? Magia Ancestral? Outro mundo?! Quem seria a pessoa cujo nome é Ann?! Não entendia nada.
 Resolvi manter segredo dos outros sobre o que descobrira antes de resultados dizendo que ainda estava pesquisando, não sabia se minha mãe queria que lessem seu suposto “segredo”. Após algum trabalho duro, criei a possibilidade de “magia ancestral” ser algo relacionado ao livro, e que após o ler, descobri que estava certo. Como “magia ancestral” aparecia na mensagem ligada ao nome Ann, pensei na possibilidade da mesma ser uma espécie de apelido carinhoso, então logo o liguei com Anne Rice, a escritora do livro. Pensei no tal “outro mundo” talvez como um tipo de código ou algo...
 Fizera minhas malas, comprara as passagens e despedi-me da família, impedindo que qualquer um fosse comigo e dizendo que teria de viajar a negócios repentinos... Agora iria ao encontro de alguém desconhecido cujo endereço encontrei facilmente num livro... Estava indo naquele momento para “Luisiana, em New Orleans”, ao encontro da própria Anne Rice com esperanças de respostas.
 Na noite da partida, meu sonho finalmente mudara... Mas para pior... Agora ele era enorme e ainda mais exaustivo... Nele a garota dizia-me que iria me matar se continuasse a avançar. Agora havia conseguido retrucar suas palavras pela primeira vez, então perguntava por que e o porquê de me incomodar tanto, quem seria ela ou onde estava. Então ela apareceu como mágica, atrás de mim, começou então a enforcar-me... No sonho começávamos a afundar no chão escuro como água, o rosto da garota se borrava em um sorriso maligno e a mesma dizia que me mataria agora em tom e expressão raivosa... De repente apareceu um palhaço gigante de brinquedo segurando um grande facão. Os dois afundavam em gargalhadas... E foi nesta hora em que acordara...

Luisiana, New Orleans 1994

 Após chegar e de ter passado algum tempo procurando o endereço do local, aparentemente havia chegado a casa em que procurava. Estava sozinho, Stella havia ficado em Londres com sua família por causa dos estudos, havia dito que não demoraria muito para voltar. Era um casarão aparentemente antigo, resolvi então bater na porta. Após algumas batidas uma senhora extremamente baixa aparecera dizendo:
- O que é?! – Num tom incomodado, daqueles que espantaria qualquer vendedor para longe de sua casa o fazendo desistir de seu objetivo. – Não vou comprar nada! – Afirmara gritando.
- Gostaria de saber... Anne Rice se encontra, por favor? – Disse num leve sorriso enquanto tirava o livro do bolso de meu casaco.
- Anne Rice sou eu! Em que posso ajudá-lo filho? – disse tentando ser breve.
- Me chamo Chrno D. Flourite. Sei que é repentino, mas gostaria de lhe fazer algumas perguntas...
 No momento em que citei meu nome, ela abriu um grande sorriso e me chamou para entrar de repente, num tom de voz completamente diferente. Estranhei, pois era como se fosse esperado... Ainda assim entrei rapidamente. Dentro o casarão era enorme, era todo em madeira rústica e parecia muito antigo. Ela me obrigou a sentar-me numa almofada em frente à mesa, e pediu que esperasse um pouco, pois que o chá não demoraria a ficar pronto.
 - Sabia que viria... – Disse enquanto forrava a mesa e botava o chá em copinhos - Sua mãe havia me dito que sim. Graças aos problemas com a F.I.E.N.D. no outro mundo, ela fora obrigada a abandonar esta vida para despertar... – a senhora estava pensativa.
 Não sabia nem mais o que estava ouvindo... Parecia tudo brincadeira... A senhora não havia dito nem três frases e mais mil perguntas já haviam aparecido! Mas essa senhora, certamente conhecia minha mãe...
- N-Não entendo! O que seria este tal o-outro m-m-mundo? – Perguntei ofegante. Estava tão surpreso que gaguejara muito para cada uma das palavras que tentava dizer – E a senhora afirmou ter conhecido minha mãe?! Explique-me por-
- Another World. – Interrompeu-me a velha séria impondo um grande silencio – Eu devo lhe explicar o que ai de ocorrer daqui para frente dependendo de sua escolha... Serei bem direta filho... Você está morto.
 Naquele momento suas palavras soaram como grandes agulhas que atiram meus tímpanos antes do grande zumbido que viera do silencio em meu ouvido.
- O q-que quer d-dizer com isto...? – meu humor havia caído. Meu sorriso havia sido invertido de repente.
- Morto. Quer dizer, pelo menos até agora... – Voltou ao olhar sério - Você nunca existiu neste mundo, não pertence a ele, nunca fora filho de Fiori e Júri aqui. Você só existe aqui em mente, é como um erro.
- C-Como assim?! Não consegue explicar melhor?! Você não está me levando á sério... – Passei a debochar após não saber mais o que dizer...
- Garoto! – Franziu a testa e subiu em cima da mesa. Uma ventania de repente começara dentro da casa, mas não sabia o que a causava - Não tenho como lhe explicar melhor o seu destino... Pelo menos não agora! Terá de se virar para descobrir! – Abriu um sorriso – Mas acalme-se... O teu avô lhe aguarda do outro lado! Será que a grande Feiticeira Júri e o Grande Arque mago Fiori tiveram pena de você...? – Pensativa no meio a grande ventania repentina - Ou será que há algo mais por trás disto? É claro que há... Tratando-se daqueles dois imprevisíveis... Mas estou curiosa pelos detalhes!
- Mago?! Feiticeira?! Avô?! – O forte vento me empurrara com força, enquanto a velha parecia ignorá-lo.
 Não conseguia acreditar em nada que estava ouvindo de Anne Rice naquele momento... Sobre eu não existir... Sobre outro mundo... Sobre magia... Nada realmente fazia sentido algum... Mas por algum motivo, eu estava naquele momento, finalmente decidido a fazer algo, finalmente iria fazer algo por vontade própria! Penso que não chegara aqui a toa, foram anos de trabalho duro, tive de descobrir cada uma das peças do quebra-cabeça e agora sinto que só preciso junta-las! Por sorte, parecia que havia herdado o tal "talento" de detetive que meus pais possuíam...
  - Filho! – A senhora sorriu após observá-lo por alguns segundos – Vejo por sua expressão que está mesmo decidido a seguir a diante! – “Ela leu minha mente?!” pensei – Sobre teu sonho... Sobre a garota... Seu nome é Alyss. – “Como ela sabe de meu sonho?! Não disse nada sobre isso! Alyss?!” pensei – Descubra a verdade por si mesmo a partir daí!
 Não havia realmente entendido nada naquele dia, apenas estava certo de algo, de que estava realmente gostando do que ouvia, e tinha certeza absoluta de que continuaria. Não me importava muito com as outras pessoas, apenas comigo na verdade... Apenas comigo.
 - E então vovó? O que fará comigo?! – Disse agora sorrindo.
 - Agora?! Adeus garoto. – Gargalhou a velha – E mande lembranças ao velho por mim! – Não havia entendido isso também.
 Naquele momento, de repente um pedaço de madeira, digo um cajado, aparecera como mágica em sua mão, não fazia sentido algum, mas não tive tempo algum de questionar... Apenas me lembro da tempestade me varrendo para algum lugar, tudo escurecendo. Não havia entendido nada na verdade e não me lembro de nada também... Exceto do fato de, que tivera outro sonho daqueles após isto tudo, mas neste, a garota ficava calada. Ao passar algum tempo, eu decidi perguntar sério:
 - E agora? Era aqui que estava tentando me impedir de chegar... Alyss...?
 A garota havia arregalado seus olhos no momento, mas logo sorriu, mais um de seus sorrisos  em que fico arrepiado só de lembrar...
 - Eu lhe avisei... Chrno... Devia continuar sonhando... Garoto estúpido. – Então tudo escureceu rapidamente.
Another World ???

 Quando recobrei meus sentidos, estava deitado em uma cama, cheio de ataduras e com muita dor no corpo. O local onde estava era completamente diferente dos que já havia visto alguma vez na vida, “Outra casa da velha talvez?” fora o que pensei. Era uma casa pequena, um tanto bagunçada, cheia de tralhas em todos os cantos, mas de certa forma aconchegante. Tinha um grande caldeirão esquentando algo parecido com sopa próximo a mim, não avistava mais ninguém ali dentro.
 Levantei-me, vesti um roupão que estava ali parecendo que para esta finalidade, e fui lentamente andando, analisando o local e vendo se me deparava com alguém.
 - Tem alguém por aqui? – Perguntei em um tom relativamente alto, mas cauteloso.
 - O que? Alguém me chamou?! – Uma voz velha veio de fora da casa pela porta – Você acordou garoto?! Já estou indo...
 Após alguns segundos, me deparei com um velho mais baixo que eu, com barba grande e grisalha, com vestes muito incomuns a meus olhos, uma espécie de manto vermelho e preto.
 - Com licença – Eu disse educadamente e tentando manter o sorriso o máximo possível – Pode-me dizer aonde vim parar?
 O velho arregalou os olhos e então caiu em risadas.
 - Aquela velha não lhe contou nada?! – e continuou rindo – Agora nem sei por que mais rio... Vou ser eu que vou ter que lhe explicar... Maldita velha! – Dissera furioso desta vez.
 Fiquei um pouco sem graça, mas manti o sorriso – Seria você o meu... Avô...? – Passei por tantas coisas até agora que decidi arriscar a pergunta.
 - Sim! – o velho baixinho fora tão direto naquela hora que eu quase cai para trás. – Você fora mandado por sua avó eu suponho né?!
Por essa eu não esperava... – Minha... Avó...? Aquela senhora escritora?!
 - É claro que sim! Nem isso aquela velha gagá lhe disse... – Disse pensativo enquanto esfregava a barba com as mãos - Queria deixar o trabalho duro todo pra mim não é sua velha safada?! – Começara então a gritar para sabe lá quem...
 - Com licença... Vovô... Mas é que... Ainda não estou entendendo nada... Onde estou? Ainda estou em Luisiana? – disse do modo mais normal que poderia encontrar em meu dicionário interno no momento...
 - Ah, sim! Espere... Quer dizer... Não! – O velho parecia confuso...
 - Não estou mais em Luisiana? Então... Onde estou? – Nunca havia estado mais curioso do que estava naquele momento. O velho aparentava ser meio gagá, mas reparei que só havia ele então... Caí na conversa, além do mais, estava curioso demais para pensar em algo.
 - Oras... Vai a um lugar sem saber seu nome?! Bem... Você está em “Satélite”!
 - O que? Onde? Onde fica isso? – então pensei na hipótese mais idiota que já passara pela minha cabeça, mas que havia decidido ser bem vinda, devido à situação... – “Ele quer dizer no espaço?” – Sempre tive um alto conhecimento de Geografia, mas nunca havia ouvido falar de tal lugar.
 - Fica no continente de Madain Sari. – Disse o velho como se fosse óbvio.
 - Ta... Acho que já entendi tudo... Então estou no tal “Outro Mundo” do qual a velha e minha mãe haviam citado? Estou errado? – Já estava começando a me acostumar com as “novidades”.
 - Sim, está sim. Velha inútil... – suspirou o velho – Ei, Chrno é seu nome não?!
 - Sim... – fiquei curioso com o que diria agora.
 - Me desculpe a péssima apresentação, – pensei “Qual?!” – De agora em diante acostume-se, pois viverá neste mundo! Devo lhe explicar detalhadamente, demorará um pouco até pegar tudo, mas tentarei fazê-lo. Vamos nos sentar ali! – Apontou para uma mesinha com três cadeiras - Vou lhe trazer chá e um pouco da sopa em que preparei!
 O velho a segunda vista era bem simpático, então começamos a conversar, mas ainda não entendia muita coisa...

Satélite, Madain Sari 25

 - Filho, eu sou seu avô, me chamo Ao. Sei que é repentino, mas é a verdade. – Ele não parecia mentir. Havia decidido acreditar no que me diria dali pra frente. – E aquela velha gagá que lhe enviou pra cá, é sua avó, chama-se Ariane. – Não acreditei que o nome da velha era este... Segurara o riso no momento...
 - Não se chamava Anne Rice?! Nome falso?! – Perguntei embolando as palavras.
 - Claro! Nunca ouviu falar de nome artístico garoto?! – O velho riu do nome que a velha havia escolhido no outro mundo.
 O velho continuou me contando sobre tudo aos poucos, ficamos horas conversando, tomando chá e sopa. Era realmente um bom velho...
 - Ah! Uma bobagem que já ia me esquecendo! Com quantos anos está?!
 - 19...
 - Então aqui você tem 15! – Disse o velho após fazer pequenos cálculos imaginários. – Aqui, de acordo com a sua idade total, quatro anos são abaixados do mesmo! O tempo dos humanos de lá e dos daqui são diferentes! Quanto mais velho você vem para cá, mais abaixaria sua idade! Foi a mesma coisa com Júri quando chegou... – E ficou pensativo, mas sorrindo.
 - Minha mãe?! Ela ainda está viva?! Aqui?! – Fiquei realmente surpreso com a notícia de Ao repentina.
 - Sim! E Fiori também! Não sei por onde andam no momento, por isso não posso lhe dizer como encontrá-los, mas não estão desocupados, disto este velho tem certeza... – Dissera enquanto batia no próprio peito.
 - Ajuda muito! Estive procurando eles há tanto tempo! – Estava realmente muito contente por saber daquilo. Afinal, foram quase seis anos de trabalho!
 - Fiori e Júri chegaram aos anos 20 por aqui, estamos em 25 por sinal! Não os vejo tem algum tempo, mas estou certo das datas! – Começou a rir.
 - Ano 25?! Que estranho... Tão baixo assim? – Cocei meu queixo - Lá estávamos quase nos 2000...
 - Sim, aqui costumava ser assim também, mas desde o incidente com a F.I.E.N.D., a recontagem começou.
 - F.I.E.N.D.? O que seria isso? – Havia me lembrado que Ariane havia citado está sigla.
 - Fora uma grande tragédia que ocorrera neste mundo há tempos atrás! Seus pais e você são originalmente deste mundo sabia? Fiori e Júri acharam que para ter-lo e criá-lo melhor, deveriam fazê-lo em um local onde pudesse crescer em harmonia, e viver então uma vida sem preocupações maiores... Sendo que foram eles aqueles que descobriram o método de como ir ao outro mundo... O tal mundo dos sonhos, como era chamado por Júri. Ariane ficou lá sem parar apenas lhe esperando, cuidamos para que ninguém mais vá. Eu por aqui e ela por lá. Não sei o que esta velha pretende fazer agora! – Falou com raiva – Não sei se volta, não sei se fica! Velha complicada! Chrno já está aqui! – Voltou de repente a seu estado normal de humor e então prosseguiu.
 - Júri e Fiori voltaram por causa desse acontecimento, mas Júri deixou claro que você também viria mais cedo ou mais tarde, por isso, pediu-nos que o encaminhássemos... – Ficou sério novamente - Mas também... o motivo mais importante... Para que impeça o futuro de se corromper...
 - O que... Quis dizer com isso Ao? – O clima pesou novamente...
 - A partir do momento em que o incidente com a F.I.E.N.D. ocorreu, o destino de seus pais mudou e tiveram urgentemente que voltar. O meu e o da velha mudou junto... E o seu destino também! – Apontou para mim – Não conhece nada sobre magia eu imagino não é?!
 Sempre achei que destino somos nós mesmos que fazemos... Nunca acreditei nesta bobagem.
 - Não senhor. – Isso ainda não havia engolido diferente do resto.
 - Pois é... E é para isso principalmente que estou aqui! Irei lhe ensinar como se defender agora! Passarei-lhe tudo o que este velho sábio, os grandes Arqui Magos Fiori e Júri D. Flourite deixaram para você!
 - Magos?! Magia?! Desculpe... – Dizia descontraído com uma mão coçando a cabeça - Mas não sei se sou capaz de tais feitos... Achei que nasci para ser herdeiro de Detetives...
 - Você Nasceu para ser um poderoso herdeiro de Arqui Magos! – Disse sério, alto e preciso – Nasceu para herdar o nome D. Flourite! Está na hora de realmente virar um homem e dominar o que nasceu para! Orgulhe nosso nome garoto!
Nunca havia me sentido tão empolgado diante de palavras como estava naquele dia em a minha vida... Senti que estava na hora de realmente dar o meu melhor.
 - Tenha certeza disso! – Respondi firme! Então Ao sorriu – E... O que quis dizer com impedir o “futuro de se corromper”?
 Meu avô caiu em risadas – Estava demorando... Bem, saiba que agora carrega uma dádiva muito grande garoto! Uma dádiva que Fiori e Júri arriscaram suas vidas para proteger e criar. O destino de muitas pessoas... Você entenderá exatamente minhas palavras no momento certo. Por hora, deve fortalecer-se, saberei quando a hora das peças começarem a se mover chegar, e será nesta hora em que seu treinamento estará concluído garoto! Tem algum tempo, mas nenhum a perder! Começaremos amanhã, por isso, por hoje descanse... Este mundo é muito diferente do que aparenta meu jovem, aprenderá em como lidar-se com o mesmo com um tempo!
 Tudo o que estava acontecendo, por mais estranho que fosse, era o meu mais profundo sonho... Sempre havia sonhado com tudo aquilo, na real... Acho que havia conseguido o que sempre sonhara em ter por toda a vida...
 Naquele dia em Another World, fora a primeira noite desde meus 15 anos no outro mundo, em que não havia sonhado com a garota de cabelos grisalhos e vestidos brancos... Fora a primeira vez em muito tempo, em que não sonhara com Alyss.

Satélite, Madain Sari 28

 Passaram-se três anos desde minha chegada a Another World. Desde então vinha recebendo um treino rigoroso de Ao. Nas primeiras noites pensei em Stella e como ficariam os Rosenwille sem mim por perto, se fora certo partir assim... Com algum tempo tapei este pensamento, convencendo a mim mesmo de que não tinha escolha e de que ficariam bem sem mim... Stella era forte, saberia se cuidar. Ao e Ariane, que havia também retornado algum tempo após minha chegada, disseram-me que minha vida estava aqui, então nunca dissera nada... também por vontade própria de ficar, é claro. Aprendi muito nestes três anos. E não é que tinha jeito para o tal negócio de magia!? Ao me explicara que os valores se convertem. Tudo em que meu pai e minha mãe me treinaram para que os seguisse no mundo dos sonhos, tudo aquilo seria convertido neste mundo, daí seria criada a minha afinidade com magia. Isto tudo apenas ocorreu graças a meus pais que sempre me criaram no intuito de um grande mago nascer, fora uma espécie de feitiço onde os verdadeiros ensinamentos seriam subliminares... Nem Ao soube me explicar muito bem, disse que era algum tipo de segredo de meus pais... Parece que Fiori e Júri calcularam cada passo desde meu nascimento, para que seguisse seus passos até aqui, na verdade este sempre fora o real objetivo...
 Ainda não descobrira nada de meus pais, Ao sempre me dizia que teria de achá-los por conta própria após o treinamento. Aprendi diversas coisas envolvendo a magia, desde sua base até os mais obscuros e poderosos encantos em que o velho e meus pais haviam guardado para mim. Havia me transformado de detetive para um mago...
 Num dia como qualquer outro, algo aparentemente já esperado viera a acorrer... Naquela tarde finalmente voltava após uma semana para casa de um treino especial preparado para por Ao. Ao dizia ser um treino muito importante onde teria de ir até aos altos picos gelados das montanhas de Odin ao norte de Satélite e encontrar a chave de cristal que havia escondido, dita abrir algo de extrema importância. Após muita luta e de utilizar de diferentes métodos e conhecimentos aprendidos durante toda a vida, retornava vitorioso para casa.
 Ao chegar, encontrei minha casa mais desarrumada que o normal... Vidro quebrado era encontrado por todo chão, sopa fria intocada e o teto da casa estava pela metade como se houvesse ocorrido um ataque ao local... Fiquei muito preocupado no momento, mas logo notei algo em que duvido que notaria se não fosse um detetive... Na estante de livros, todos estavam jogados no chão, exceto um, e este era o livro de Ariane do mundo dos sonhos, “Um conto de Anne Rice: Vampiros e Bruxas”. Ao abrir o mesmo uma mensagem num papel caiu imediatamente e assim como esperava algo realmente ocorreu... Reconheci a escrita de Ariane automaticamente ao ler a mensagem deixada:

“Se estiveres a ler esta mensagem Chrno, saiba primeiramente que te amamos muito mesmo como nosso neto e que estamos super orgulhosos, como seus pais também estão! Nossa... Acredita que Ao está do meu lado gritando comigo por estar escrevendo “bobagens”?! Velho nojento...
Gostaríamos de lhe dizer que o ocorrido já estava previsto para acontecer, e que já havíamos nos preparado para tal, estamos bem. Chrno, a hora chegou. Não podemos lhe revelar onde estamos, mas nos encontraremos no futuro, tenha certeza disso!
Este fora seu ultimo treino, agora está apto para continuar sozinho, agora é um Mago Chrno. Sei que encontrara a chave de cristal, deve usá-la para abrir o baú que está escondido abaixo do caldeirão de sopa, num fundo falso. Lá encontrará artefatos usados por Fiori no início... Ele pediu-nos para que estes fossem seus...
Deve partir imediatamente para sua jornada, sem mais tempo a perder! Deverá descobrir o que o destino lhe aguarda e ir ao encontro de seus pais! Deverá sair de Madain Sari através de uma Airship, vá então para Flordalia! Prepare-se para seguir para o Leste, pois é para lá que encontrará respostas, lembra do Continente Proibido? Muitas das respostas que tanto anseia serão respondidas lá.
Nesta jornada recomeçará sua vida do zero. Nela conhecerá pessoas e arrumará parceiros essenciais para completar ajudar-lhe em seu objetivo.
Esperamos ansiosos para o dia em que nos reencontraremos novamente Chrno.
PS: A comida que deixei para você deve ter esfriado, não? Quando nos encontrarmos de novo Anne vai fazer mais sopa pra você com certeza! Então não morra!
Assinado: Ariane e Ao.”

 Naquele momento eu dei risadas e dissera para mim mesmo – Haha! Como se eu acreditasse nesta bobagem de “destino”... Velhos bobos... - Estava muito feliz em saber que estavam seguros... Então dobrei a mensagem e a guardei em meu bolso. Fui imediatamente tirar o caldeirão de seu lugar. Levantei o tapete e com minhas mãos sobre o chão e algumas palavras, cortara o fundo falso que ali estava um feitiço que Ao botara acompanhado de um selo mágico, para que nenhum mago notasse a presença mágica presente no local. Um baú grande estava ali dentro de um compartimento secreto, como dito na mensagem. Ao abri-lo com a chave de cristal encontrei lá dentro uma longa vestimenta branca com detalhes azuis e um grande báculo compactado para caber no baú.
 Ao vesti-los senti-me como meu pai, digno de ser seu filho... A longa vestimenta era linda e chamativa, aquele báculo era o que precisava. Agora me preparei para sair, para ir ao porto de Satélite. Não havia e nem tinham muitas coisas em que gostaria de levar comigo, então logo fiquei pronto para partir. Despedi-me de meu lar e sai então em direção ao porto.

 Bem... Esta fora a minha história... Estou agora numa Airship a caminho de Flordalia. Pergunto-me se tudo o que ocorreu comigo desde o início fora realmente obra do destino... Bem, acho que não adianta pensar nestas coisas agora! Devo apenas me deixar levar pelo vento... Infelizmente despeço-me de vocês aqui agora, ou não... Mas meu navio acaba de chegar e terei de seguir em frente! Muito obrigado por ouvirem e que os ventos os guiem para sempre...



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 Espero que tenha agradado a alguns... xP Obrigado por ler! =3


segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Noite 8 - Anime Punch! 2010


 Boa noite! Hoje estou muito feliz, pois acabara de passar por meu melhor fim de semana em algum tempo! Eu passei os dois dias em um evento de Anime muito esperado por mim desde seu anuncio! O evento foi organizado pela Yamato “Comunicações e Eventos”, mais conhecida por organizar o Animinas aqui em Belo Horizonte e pelos Anime Dreams, Friends e Ressaca em São Paulo. A Yamato estava a algum tempo “inativa” em BH com relação ao Animinas devido a alguns fatos ocorridos no passado, mas que agora voltara em grande estilo e novo nome, com o Anime Punch!

 Em abril de 2008, nos dias 12 e 13 que deveria ter ocorrido o tão esperado Animinas, infelizmente os fãs otaku foram surpreendidos com um portão fechado, recebendo informações de que não haveria evento e sem aviso prévio. O problema de tudo isto fora devido ao alvará, do qual sem o mesmo, não é permitido que o evento ocorra como normalmente. Desde então evento não ocorreu mais e os fãs decepcionados com a Yamato diante da “tragédia”, não tinham outra opção além de ficarem extremamente irritados com o ocorrido. De qualquer forma, agora a Yamato nos retornou a algum tempo atrás com a notícia de um novo evento, um site esbanjando dedicação e com pedidos desculpas e de opiniões dos próprios fãs Otaku para atrações pro novo evento.

 Eu fui muito esperançoso desde o início, pois sempre gostei dos eventos da Yamato e, sinceramente, o assunto do alvará foi apenas um problema jogado da prefeitura para as mãos de outro! Todos disseram que deveriam ter resolvido os assuntos do alvará com antecedência, mas isto não existe, pois um alvará só é liberado pelo governo na semana do evento, e se o mesmo não o libera quem “roda” é a empresa organizadora do evento. Logo dei uma chance para eles de se redimirem com o Punch!. Tenho um pequeno comentário bem direto a fazer: Quem boicotou o evento rodou! O evento foi inesquecível!

 O local do evento foi na universidade Uni-BH, é um bom local, mas temo que não comporte muita gente (pelo menos não tanto quanto o público do antigo Animinas). Infelizmente (ou não?) o evento não enchera muito, devido não só ao boicote, mas também à sua má divulgação. Tenho em mente o fato de que manterão a qualidade nos futuros eventos (como no já confirmado evento de setembro), então espero fortemente que o próximo lote muito e é exatamente por isso que estou aqui ajudando a divulgá-lo.
 O evento no dia de sábado não fora muito bom, devido ao problema de que fora muito vazio. Agora no domingo a história se converteu... Em relação aos estandes, não achei nada que chamasse muito minha atenção, pois não me interesso muito por chaveiros e acessórios, exceto o estande da Soneca Anime Club, uma loja paulista que acabara de conhecer de DVDs de Animes, seriados e shows. A loja me chamou muita atenção pela qualidade de seu material, até comprei um DVD duplo de To Love-Ru do qual estava louco para ver ^^’ No mais, fora apenas esta estande que me chamara atenção... O que em minha opinião mais se destacou no evento, foram os Staffs do evento e suas atrações! Estes ganharam o Punch! na minha opinião!


 Em relação aos Staffs do evento, adorei a forma de como são tratados bem. Diferente de qualquer outro evento que já fui por aqui, este oferece aos Staffs ajuda de custo e vale-comida, nada mais justo em minha opinião diante do fato de que os Staffs estão trabalhando ali. Outro ponto muito forte são os prêmios oferecidos aos ganhadores de torneios, tais como medalhas (medalhas muito bonitas por sinal *0*), camisas e ingressos para outros dias de evento. Em relação às atrações do evento, estas que o tornaram tão inesquecíveis para mim. No evento houve apresentações do famoso grupo de game songs “Abreu Project”, o cantor Ricardo Cruz, integrante brasileiro do grupo japonês “JAM Project” e ninguém mais, ninguém menos que Wada Kouji, mais conhecido por cantar vários temas originais em toda a série Digimon.
 Não consigo expressar em palavras o quanto adorei os shows, mas digo que nunca os esquecerei! Sem contar que Wada Kouji e Ricardo Cruz, segundo os próprios, já estão confirmados para o próximo evento em setembro! Ah, quase ia me esquecendo da foto com Wada Kouji, outro super ponto pra Yamato! Lá, houve uma sessão com o cantar japonês (meu ídolo), onde todos poderiam individualmente pegar autógrafos e TIRAR FOTO com o mesmo. Não foi preciso câmera própria, o evento garantiu os fotógrafos e a IMPRESSÃO da foto na hora sem cobrança de taxas extras!

 No geral, a Yamato está de PARABÉNS pelo ótimo evento! É claro que algumas mudanças e melhoras são necessárias, mas já “começaram” muito bem! Eu prometi para mim mesmo que ajudaria a divulgar o evento como puder, pois eu compareci e julguei-o com meus próprios olhos. o/~ Um detalhe bobo agora... Bem que poderia ter sala de Para-para no próximo evento em?! XD